Ciência e Religião de mãos dadas

Com formação em Filosofia a e em Teologia, Everaldo Cescon defende que razão e fé não são "inimigas", e sim aliadas na busca da verdade. Ele aborda questões polêmicas como o aborto tentando agregar os dois mundos.
por Fábio Antonio Gabriel

Ao ser questionado se Ciência e fé não seriam contraditórias, Everaldo Cescon, que tem formação em Filosofia e em Teologia, alfineta: "Pouca Ciência e pouca fé nos fazem ceder às aparentes contradições e acreditar que estejam em oposição". Segundo ele, são duas maneiras de ver o mundo que se movem em planos epistemológicos distintos. Nesta entrevista, ele se vale das duas visões para discutir problemas enfrentados pelo campo ético e bioético, como aborto e eutanásia, advertindo que "são demasiadamente complexos para um só saber dar conta" deles e reivindica uma atitude mais humilde, seja da Filosofia, da Teologia ou de outras ciências para que possa existir um diálogo "olho no olho" e discursos menos fechados. Cescon ainda encontra espaço para comentar o papel da Filosofia na formação dos jovens nas escolas e para discutir quais seriam os direitos inalienáveis das pessoas - e, mais, o que se pode entender como "uma pessoa" e, como tal, portadora de tais direitos. Aí ele recai novamente em questões polêmicas como o aborto: um feto é uma pessoa? É que nos últimos tempos ele tem se dedicado a estudar as vinculações da Ética com as três áreas às quais se dedica: Fenomenologia, Filosofia da Mente e Filosofia da Religião.
Fábio Antonio Gabriel, professor de Filosofia no Colégio Rio Branco, em Santo Antônio da Platina- PR. www.mundofilosofico.com.br

Foto: Daniela Schiavo

O evento religioso oferece à Filosofia uma fonte rica e única de interrogação no plano antropológico e um correspondente horizonte de respostas no terreno do sentido

FILOSOFIA - Sua formação mescla Teologia e Filosofia. O senhor considera que fé e razão são conciliáveis como apresentou o Papa João Paulo II na sua encíclica Fides et Ratio?

EVERALDO CESCON - Toda a minha trajetória intelectural tem sido marcada pelo diálogo entre Filosofia e Teologia. Iniciei meus estudos superiores fazendo graduação em Filosofia e, depois, em Teologia. Após completar o mestrado e o doutorado em Teologia, esse último em Roma, realizei o pós-doutorado em Filosofia na Universidade de Lisboa. Atualmente, estou cursando um doutorado em Filosofia. Possivelmente minha própria trajetória intelectual demonstre que fé e razão são conciliáveis. Em 2010, publiquei um texto intitulado "A intrínseca relação entre a Filosofia e a Teologia na perspectiva contemporânea", no qual defendo que Filosofia e Teologia são indissociáveis. Evidentemente, a Teologia deve sempre se reportar ao dado da revelação, mas como este não é oferecido estaticamente, requer uma investigação radical. Nesse sentido, a Filosofia pertence à própria natureza da Teologia. Por outro lado, a radicalidade da reflexão filosófica não permite existirem territórios livres que escapem à sua investigação ou que ela, deliberadamente, entenda deixar fora da sua reflexão. O evento religioso oferece à Filosofia uma fonte rica e única de interrogação no plano antropológico e um correspondente horizonte de respostas no terreno do sentido que merecem ser iluminadas, evidenciadas e levadas a um terreno de discernimento especulativo.


FILOSOFIA - Você é editor da revista Conjectura, que publica artigos sobre Filosofia e Educação. Em que medida a Filosofia poderia contribuir para melhorar as condições de ensino no cenário brasileiro?

CESCON - Quem pode melhorar as condições de ensino no cenário brasileiro é o Estado brasileiro, sobretudo com suas políticas. A Filosofia e as Ciências Humanas em geral podem melhorar as condições e a formação do estudante. A Filosofia não pode ser confundida com alguma opinião vaga, fantasiosa ou pretensamente teórica, ou tomada como perspectiva teórica geral de alguma instituição, ou ainda como saber inútil e utopista, valendo, apenas, como denunciadora dos problemas. Seja como inutilidade frente aos problemas cotidianos, seja como forma de um conhecimento ultrapassado e desconectado da realidade. Dificilmente a Filosofia consegue evitar o debate em torno de problemas sociais e políticos, o que, seguramente, no seu ensino torna mais propícia a inclusão da crítica à situação que se vive e a contestação do status quo. Por isso, a Filosofia é perigosa. Ela se caracteriza por um investimento contra os costumes e as práticas consolidadas. Nesse sentido, serve para desestabilizar as pessoas (neste caso, especialmente, os professores e suas práticas pedagógicas) e as estruturas (especialmente as escolas).

A ligação da Filosofia com a Educação é tão intrínseca que o filósofo Dewey chega a afirmar que as filosofias são, em essência, teorias gerais da Educação. A primeira grande formulação filosófica nasceu como estudo de educação. Os sofistas foram os "primeiros educadores profissionais" da civilização ocidental.

FILOSOFIA - Filósofo e teólogo, como se posiciona em relação a temas que envolvem problemas bioéticos que têm sido objeto de polêmicas discussões na sociedade, como, por exemplo, o aborto?

CESCON - No campo bioético, atualmente, duas concepções bastante distintas determinam as posições frente aos problemas candentes que são matéria bioética: a posição laica e a posição religiosa. Essa distinção é mais acentuada nos Estados Unidos e na Europa. Por bioética laica entenda-se uma multiplicidade de visões que se distinguem essencialmente das inspiradas religiosamente pela centralidade, nas decisões acerca da vida e da morte, da autonomia e da liberdade individual, de acordo com as diferentes acepções que tais conceitos podem assumir; pelo valor atribuído à qualidade da vida, também ela entendida segundo diferentes critérios de avaliação; a disponibilidade da vida em relação às diferentes e pessoais concepções de valor; e pela compreensão da ética como disciplina essencialmente humana, estabeisto é, fruto da reflexão racional dos homens, e não como um conjunto de princípios dado de uma vez por todas por alguma autoridade moral ou inscrita na natureza. Já a bioética religiosa tem fundamentação em Deus que, na revelação, indicou o que é o bem e o que, consequentemente, é o mal. Mas essa bipartição é fruto de uma compreensão, na minha opinião, errônea, que põe Deus e o homem como rivais: se Deus é, a autonomia humana é diminuída; negando a Deus, empodero o homem. Uma outra compreensão sobre Deus é possível, ou seja, a de Ele não competir com o ser humano e não impor sua onipotência opressora. Compreendendo a Deus como alguém que, ao criar o homem, dotou-o de poder e liberdade, passou a vê-lo como um potencializador da vida e não um obstáculo ao exercício da liberdade e da autonomia humanas. Talvez o grande empecilho seja a incapacidade de assumirmos que os problemas enfrentados no campo ético e bioético são demasiadamente complexos para um só saber dar conta deles. Nesse sentido, seja a Filosofia, seja a Teologia ou outras ciências precisam assumir uma atitude mais humilde e entabular um diálogo "olho no olho" e contra os discursos fechados. É nessa atitude caracterizada pela humildade e pela necessária interdisciplinaridade que busco estabelecer minhas posições frente a problemas como o aborto, a eutanásia etc. Como orientador de pesquisas no mestrado em Ética da Universidade de Caxias do Sul, procuro respeitar as posições assumidas pelos meus orientandos e estabelecer um diálogo construtivo acerca das problemáticas. O importante é perceber a complexidade dos problemas e manter sempre uma atitude crítica em relação às teorias e aos argumentos que as sustentam.


FILOSOFIA - A Filosofia voltou a estar presente na educação básica brasileira. Qual é a importância da formação filosófica do adolescente e em que medida ela contribui para a formação do estudante enquanto cidadão?

CESCON - Desde o princípio gostaria de deixar claro que o papel da Filosofia sempre é questionado, não só no âmbito do ensino básico, mas também no ensino médio e superior. Sou professor no ensino superior há 14 anos e continuamente ouço fazerem-me a pergunta: "Filosofia para quê? No que é que eu vou aplicar isso na minha profissão?" Qualquer iniciante em Filosofia tem uma resposta irônica que foi formulada para tal: "A Filosofia é a Ciência com a qual ou sem a qual o mundo fica tal e qual". Ou seja, não serve para nada, não é útil para nada. É engraçado. Ninguém pergunta para que servem as Engenharias ou as Ciências da Saúde. O senso comum considera útil o que dá prestígio, fama, poder. Julga o útil pelos resultados visíveis. Desse ponto de vista a Filosofia é inútil. Entretanto, como diz Marilena Chaui, "se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes establecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da Cultura, da História for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas Artes, nas Ciências e na Política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os jovens e todos os seres humanos precisam".


Ao criar o homem, Deus dotou-o de poder e liberdade, passou a vê-lo como um potencializador da vida, e não um obstáculo ao exercício da liberdade e da autonomia humanas

FILOSOFIA - No artigo "O conceito funcional de pessoa na Bioética secular", o senhor trabalha a questão da dignidade da pessoa humana. Quais são os direitos inalienáveis que envolvem o conceito de pessoa humana e que não podem ser desrespeitados?

CESCON - Os direitos inalienáveis são os direitos que não se pode alienar, ou seja, ceder ou vender. São todos os direitos fundamentais que não podem ser legitimamente negados a alguém pela sua própria condição humana. No campo político, atualmente, a discussão se centra na afirmação dos direitos das minorias, no direito à diferença, especialmente. Pode-se reconstruir a história dos direitos inalienáveis em três etapas: em 1948, quando foi estabelecida a Declaração Universal dos Direitos Humanos, houve uma afirmação daquilo que nos acomunava como indivíduos pertencentes à espécie humana, seres humanos. Numa segunda fase houve o estabelecimento dos direitos específicos dos homens e das mulheres. E, na terceira fase, atualmente em curso, estamos estabelecendo os direitos à diferença, a partir daquilo que é específico de cada grupo humano. E não só. Crescem os grupos dos que pedem a afirmação dos direitos dos animais, por exemplo. No campo filosófico, defendo a tese de que a discussão, antes de ser política ou ética, é ontológica. Mais do que construir um rol de direitos inalienáveis, temos de definir quem é pessoa, pois os direitos inalienáveis são "da" pessoa. Especialmente na Filosofia de ênfase analítica, a investigação, em diálogo estreito com a Biologia e com a Neurociência, se centra na questão "o que é uma pessoa". A Filosofia analítica parte do princípio de que se definindo o que é uma pessoa se estabelecerão critérios para identificar "quem" é pessoa e, consequentemente, sujeito de direitos inalienáveis. Não pretendo, e nem há espaço aqui para tal, aprofundar essa discussão, mas gostaria de indicar o alcance ético dessa investigação. Determinando-se critérios para a atribuição da pessoalidade (tais como autoconsciência, racionalidade, linguagem, ação simbólica etc.), assume- -se uma tendência separacionista (posso ter ser humano sem que ainda se tenha pessoa, por exemplo, no feto, e posso ter ser humano já não tendo pessoa, por exemplo em alguém em coma irreversível) e uma tendência extensionista (posso atribuir a pessoalidade também a determinadas espécies animais, especialmente aos primatas superiores). Isso tudo quer dizer que, além da Declaração Universal dos Direitos Humanos, podemos vir a ter uma Declaração Universal dos Direitos da Pessoa, inclusive com direitos atribuíveis em gradualidade, de acordo com a posse e a realização plena das faculdades que forem tomadas como critérios de definição do "que" é uma pessoa.


FILOSOFIA - A Ciência deseja ser independente e julgar a si mesma quando se trata dos limites das pesquisas científicas. As instituições religiosas acreditam ser dever delas refletir sobre diversas situações que envolvem os fiéis. Você acredita que a Ciência e a Religião podem um dia chegar a elementos consensuais?

CESCON - A ideia de que entre Ciência e Religião haja pouca coisa em comum, que andem em trilhos diferentes e que uma se oponha à outra é bastante difundida. Muitas vezes o cientista foi e é visto como o inimigo a combater pelo homem de fé e vice-versa. Eu acho que há ponto de contato e que se possam ajudar mutuamente. A Religião pode ajudar a Ciência lembrando-a de que o ponto central é o homem e que a pesquisa deve girar ao seu redor e estar ao seu serviço. Se não me engano, foi justamente Pasteur ou Einstein quem afirmou: "Pouca Ciência afasta de Deus, mas muita aproxima dele". Nesse sentido, sou tentado a dizer que pouca Ciência e pouca fé nos fazem ceder às aparentes contradições e acreditar que estejam em oposição. As problemáticas estudadas pela Bioética frequentemente estão conectadas com os progressos das Ciên cias Biológicas e Médicas, mas não podem ser reduzidas à racionalidade científica. A solução ética dos dilemas que se referem à vida e à morte, à cura e ao sofrimento e à relação entre as pessoas não pode prescindir da visão integral da realidade. Tal visão pode ser aberta ou fechada à transcendência, ser unicamente racional ou racional e iluminada pela fé.

Se fosse verdade que aquilo que é científico fosse sempre a verdade, seria incompreensível como o sistema geocêntrico de Ptolomeu e o heliocêntrico de Copérnico tenham sido considerados verdadeiros nos séculos em que foram formulados. A Ciência é intrinsecamente revisionista, visto que toda teoria científica prevê a possibilidade de ser contradita, conforme sustentou Popper. Nesse sentido, Ciência e fé não estão em contraposição. Movem-se em planos epistemológicos distintos e perseguem finalidades diferentes, mas não estão em contraposição. Uma Ciência aberta à transcendência e, de outro lado, uma Religião aberta à Ciência oferecem ao homem de qualquer época uma visão mais integral da realidade. Mas se andam por caminhos distintos, como podem se aproximar? Só o amor pela verdade pode aproximá-las. O homem deseja conhecer a verdade porque é movido pelo desejo e pela paixão, porque é animado e movido pelo amor pela verdade e até não a encontrar não se satisfaz, não fica em paz: é a típica dinâmica do Eros. O homem, por mais que possa conhecer por meio da racionalidade científica, não encontrou e não encontra todas as respostas que busca. Com isso, verifica que uma visão completamente determinista e previsível da natureza e da realidade se revela falsa e ilusória. Portanto, Ciência e Religião só chegam a elementos consensuais quando os homens que as fazem conduzem as suas pesquisas da verdade sustentados pelo amor pela verdade. Agostinho de Hipona escreveu: "Aquilo que se possui com a mente se tem conhecendo-o, mas nenhum bem é conhecido perfeitamente se não se ama perfeitamente" (De diversis quaestionibus, 35, 2).

Foto: Daniela Schiavo
FILOSOFIA - Você participa de um projeto de pesquisa intitulado "O conceito de pessoa em Daniel C. Dennett". O que representa o conceito de pessoa para Dennett e qual é a relevância desse pensador para a contemporaneidade?

CESCON - A noção clássica de pessoa, herança da metafísica cristã, como valor, substância ontológica, atribuição de consciência e status social, após Descartes, incorporou a noção de mente e de consciência e, graças às contribuições de Locke e de Hume, dissolveu o estatuto ontológico do sujeito. A atribuição de uma mente e de estados mentais se tornou fundamental para os critérios de atribuição do status de pessoa. Nesse quadro teórico o avanço das Neurociências e o progressivo desenvolvimento científico põem quesitos interessantes que evidenciam sempre mais a reflexão ética, sobretudo em relação aos critérios de valoração para ser pessoas. Quem tem uma mente? O que é uma mente? Quais entidades são pessoas? A Ciência pode responder a esse gênero de perguntas? No citado projeto de pesquisa tomam-se em consideração os argumentos que o filósofo norte-americano Daniel C. Dennett propõe em relação à noção de pessoa para desencadear um debate acerca do conceito amplamente discutido em âmbito filosófico e na Teologia cristã da Antiguidade tardia, mas que se revela, dia após dia, sempre mais atual, especialmente no contexto dos modernos debates éticos. Assim, pretende-se, por meio da perspectiva do autor, tornar eficaz e produtiva uma integração entre os diferentes campos de pesquisa, entre o sentido metafísico e o sentido ético que, apesar da particularidade dos métodos e dos objetivos, se torna necessária para ter um quadro global e coerente da noção de pessoa. Dennett estabelece uma criteriologia (seis condições) para definir que entidades existentes no mundo são pessoas: o primeiro critério determina que as pessoas são seres racionais; o segundo as considera como criaturas às quais são adscrivíveis predicados intencionais (típicos da Psicologia popular, tais como crenças e desejos); o terceiro critério requer que uma pessoa, para ser tal, deva ser objeto de uma atenção especial por parte dos outros indivíduos: uma pessoa é um objeto de preocupação ética; o quarto quer que tal atenção seja recíproca: uma pessoa deve ter uma preocupação e um interesse ético em relação às outras pessoas; o quinto critério aponta para o fato de as pessoas deverem ser capazes de comunicação verbal; e a sexta condição é que devem ser conscientes (e, talvez, autoconscientes). Essa criteriologia permite estabelecer uma espécie de taxonomia entre as entidades, de acordo com o grau de participação das entidades no conceito de pessoa. Ou seja, segundo Dennett, há entidades que participam em diferentes graus da categoria pessoa, de acordo com a participação nas condições supraestabelecidas. Significa dizer que temos entidades que são mais pessoa e outras que são menos pessoa, disso decorrendo o reconhecimento de que têm mais ou menos direitos, respectivamente.

Daniel Clement Dennett é um filósofo estadunidense nascido em 1942, aluno de Quine e Ryle, devotado à Filosofia da Mente e à Biologia e que critica a autorreferencialidade dos filósofos preocupados com questões de princípio, na maioria das vezes desconsiderando o resultado das pesquisas científicas. Tornou- -se ilustre pelos seus estudos em Ciências Cognitivas (estudo científico da mente ou inteligência) e por sua capacidade de traduzir a importância cultural da Ciência e da tecnologia a uma ampla audiência. Abarcou as principais questões culturais do nosso tempo, tais como: "De onde viemos?" e "O que é a consciência?". Partindo das Ciências Naturais, Dennett se ocupa de um leque amplo de temas em seu trabalho, desde a origem da Religião e o darwinismo até o livre-arbítrio e a inteligência artificial. Suas pesquisas estão, no Brasil, divulgadas em obras como: Tipos de mente; Conteúdo e consciência; Consciência explicada; Onde nascem as ideias; Quebrando o encanto; Neurociência e Filosofia: mente, cérebro e linguagem; A ideia perigosa de Darwin.

Ciência e fé não estão em contraposição. Movem-se em planos epistemológicos distintos e perseguem finalidades diferentes, mas não estão em contraposição

FILOSOFIA Quais são seus futuros projetos de pesquisa? E como você entende a contribuição da Filosofia para a sociedade, sendo que muitas vezes ela é vista como uma disciplina que investiga questões metafísicas distantes do cotidiano das pessoas?

CESCON - Atualmente estou centrado em três áreas de pesquisa filosófica e em suas vinculações com a Ética: Fenomenologia, Filosofia da Mente e Filosofia da Religião. O foco das pesquisas tem sido a categoria/conceito de pessoa, especialmente a partir das filosofias de Edmund Husserl, Daniel Dennett e John Searle. Nesse momento, além do projeto de pesquisa já citado, estou em fase de elaboração da tese de doutoramento em Filosofia sobre a constituição da pessoa ética no pensamento de Edmund Husserl. Os resultados dessas pequisas já começaram a ser publicados e outros trabalhos estão no prelo. Em breve ganharão o mercado editorial o livro Fenomenologia da consciência e da mente, pela Editora da Universidade de Caxias do Sul, "Ética e Religião" (em coautoria com Paulo César Nodari, compondo um Manual de Ética, um projeto ousado capitaneado pelo PPGFil - Mestrado em Ética, da UCS, "O futuro da natureza humana: entre o determinismo biológico e o totalitarismo técnico" (cap. do livro Filosofia da Mente e Ciências Cognitivas - PUCPR), "Possibilidades de se pensar a compatibilidade entre evolução e criação" (cap. do livro Religião e evolução). Também estou trabalhando na elaboração de um trabalho intitulado "Platone nell'interpretazione di Xavier Zubiri", no âmbito de um projeto intitulado Platone nel pensiero moderno e contemporaneo (Bari, Itália, Editora Liminamentis).

Texto Retirado da Revista Filosofia - Ciência & Vida.

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