3º Ano – Texto revisional para o simulado / 3º Bimestre
“Qualquer governo é melhor que a ausência de
governo. O despotismo, por pior que seja, é preferível ao mal maior da
Anarquia, da violência civil generelizada, e do medo permanente da morte
violenta”.
Neste
bimestre continuamos a falar sobre a filosofia política do filósofo inglês
Thomas Hobbes. Diferente de Aristóteles, Hobbes não acredita que a
sociabilidade se configura como natural aos seres humanos. Em sua obra Política,
o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.- 322 a.C.) afirma ser a pólis (a cidade-estado grega)
resultante de uma série de associações naturais, ou seja, como resultado de um
processo natural de desenvolvimento, “tão natural como a união de homem e da
mulher – com fim de preservar a espécie”. Já para Hobbes, a
sociabilidade humana não é natural, mas sim política, na medida em que a
associação entre os homens ocorre por acidente, e não por uma disposição
necessária da natureza.
Embora
ambos os filósofos considerem os homens em relações uns com os outros, a perspectiva
hobbesiana avalia a natureza do homem natural de forma absolutamente negativa,
na medida em que atribui a sua natureza atributos que os caracterizam em um
formato de ferocidade e egoísmo, evidenciando que o que há de mais universal
nestes advém, sobretudo, da cobiça natural de cada um proveniente de suas
paixões naturais.
A leitura de Hobbes acerca da natureza
humana repercute até hoje sendo motivo de muitas discussões. Polêmico, ousado,
e talvez, inconsequente, não se pode negar a originalidade do seu pensamento. O
que fica patente das suas conclusões é que nas condições em que predomina uma
perpétua disposição para a violência generalizada, a conservação da vida
torna-se inviável, tendo em vista que a competição pelo poder como estratégia
de sobrevivência resulta em uma situação de insegurança absoluta, através do
medo constante, por parte de cada homem, da morte violenta imposta
pelos demais.
Segundo Hobbes, à propensão natural dos homens a se ferirem uns aos
outros se soma o direito de todos a tudo, resultando, pela igualdade natural,
em uma guerra perpétua de todos contra todos. Os homens podem todas as
coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las. Conforme
esse autor, os homens são maus por natureza (o homem é o lobo do
próprio homem), pois possuem um poder de violência ilimitado.
No pensamento hobbesiano, fica claro que o
filósofo não defende, como forma de governo, o Estado Republicano. Pelo
contrário, assim como Maquiavel, Hobbes é a favor de uma Monarquia Absoluta. Essa
seria a forma de governo ideal, pois ela é a que mais parece estar distante do
chamado Estado Natural, uma vez que o interesse pessoal do soberano é o mesmo
que o interesse público, a autoridade dele é suprema. É, também, a
melhor maneira de manutenção do contrato social. Tanto Hobbes como Locke
compartilham a ideia de que a finalidade do poder soberano é a de garantir
direitos naturais dos indivíduos, como a vida, a liberdade e a
propriedade.
Sobre o professor: Uanderson Menezes
Professor de Filosofia na Escola Estadual João XXIII em Ipatinga. Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste MG; Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unleste MG; Especializando em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; Bacharelando em Direito pela Faculdade de Direito de Ipatinga - Fadipa
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