1º Ano – Texto revisional para o simulado / 3º Bimestre
Sem a cultura, e a liberdade relativa que
ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva.
É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro.
Albert Camus
NATUREZA E CULTURA
O ser humano graças à capacidade que tem o
seu cérebro de acumular experiências, criou a cultura que é o
conjunto de conhecimentos e valores de um povo e que são transmitidos de
geração a geração. Também pode ser entendida como tudo aquilo que o ser humano
produz ao construir sua existência: as práticas, as teorias, as instituições,
os valores materiais e materiais. É o conjunto de símbolos elaborados por um
povo.
Marilena Chaui diz que “a cultura é o reino da vontade, da finalidade e
da liberdade tais como se exprimem na ética, na política, nas artes, nas
ciências e na filosofia”, em oposição à natureza, que é o “reino da
necessidade”. O que seria então o reino da cultura? É o reino da “finalidade
livre”, das “escolhas voluntárias e racionais, dos valores, da distinção entre
o bem e mal, verdadeiro e falso, justo e injusto, sagrado e profano, belo e
feio”. Portanto, cultura passou a significar, tudo aquilo que é produzido pelo
homem. Ou seja, as obras humanas.
Os outros
animais que vivem na natureza não criam cultura, eles agem de acordo
com o instinto que é um ato "cego" onde é ignorada a
finalidade da própria ação. A sua única preocupação é a de resolver problemas
relacionados ao momento presente. A evolução humana é prova de que usamos com
racionalidade perfeita nossas culturas e a recriamos a cada dia. Usamos as mãos
para evoluir nossos instrumentos tecnológicos; a nossa inteligência para
conhecer cada vez mais o universo. Somos capazes de transformar o universo e
fazer dele uma morada fantástica. Ás vezes, usamos essa capacidade para
transformar nosso cotidiano num inferno. A evolução cultural é a característica
mais evidente do ser humano. Mas, a pergunta por que o ser humano evoluiu e
evolui? Isso porque ele se percebeu capaz de criar, inventar, transformar e
descobrir.
Os estudos da
Biologia nos ajudam a compreender que os animais, como as formigas, por
exemplo, convivem entre si a partir de regras rígidas e imutáveis da Natureza.
Por esta razão, a violência entre animais ocorre somente por duas causas
fundamentais: fome e ameaça. Não há animal que violente ao outro ou ao ser humano
exceto nos dois casos. Diferentemente dos animais, o ser humano teima em não
seguir as normas da natureza, negando-se a obedecê-las. Por isso, ele é o único
animal que mata por prazer, violenta e humilha o outro por querer. Essa
disposição em não obedecer a regras da natureza é um dos fatores que nos
diferenciam dos animais em comum. Apesar de grandes diferenças, também temos
grandes semelhanças com os animais da natureza, como o hábito de comer e beber
todos os dias, bem como o de dormir e o de acordar, etc.
As relações e
formas de cultura entre os seres humanos vêm mudando muito nos últimos tempos,
grande parte disso devido ao progresso tecnológico. Quando as pessoas, por
causa do progresso tecnológico, intervêm nos costumes, nas tradições, na forma
de comunicar, nas relações entre as pessoas, mudando o rosto do mundo, estão se
readaptando ao cosmos porque as coisas não param de mudar; estão criando novas
culturas e recriando as existentes; demonstram que o progresso tecnológico
altera os processos culturais em sua essência.
Tudo
isso, também, interfere em demasia na formação da identidade cultural do homem,
porém, vale ressaltar, que o homem não é apenas um produto do meio em que ele
vive. Há uma relação recíproca entre indivíduo e sociedade, e isso é determinante
para a formação da sua identidade. "A identidade pessoal é construída na
trama das relações sociais, que permeiam sua existência cotidiana. Assim, há
que se esforçar para que as relações entre os indivíduos se caracterizem por
atitudes de respeito mútuo, representadas pela valorização de cada pessoa em
sua singularidade, ou seja, nas características que a constituem".
Sobre o professor: Uanderson Menezes
Professor de Filosofia na Escola Estadual João XXIII em Ipatinga. Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste MG; Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unleste MG; Especializando em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; Bacharelando em Direito pela Faculdade de Direito de Ipatinga - Fadipa
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