2º Ano – Texto revisional para o simulado / 3º Bimestre


“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.”

ARISTÓTELES (Ἀριστοτέλης)

Nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica (por isso é também chamado de o Estagirita). Era filho de Nicômaco, amigo e médico pessoal do rei Amintas 2º, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande. Aos 16 ou 17 anos, Aristóteles mudou-se para Atenas, então o centro intelectual e artístico da Grécia, e estudou na Academia de Platão até a morte do mestre, no ano 347 a.C. Ele volta para a Macedônia onde, durante três anos, exerceu o cargo de tutor de Alexandre, mais tarde "o Grande".
Em 355 a.C. voltou a Atenas e fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, de onde recebeu seu nome: Liceu. O caminho coberto ("peripatos") por onde costumava caminhar enquanto ensinava deu à escola um outro nome: Peripatética, pois ensinava seus alunos caminhando pelos pátios do Liceu. Nela, valorizava-se os estudos das ciências naturais. Tal escola chegou possuir um grande museu de Fauna e Flora e uma grande biblioteca (que preconizou a Biblioteca de Alexandria). O Liceu se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.
O pensamento aristotélico é muito vasto e interessante. Tal filósofo escreveu sobre diversos temas. Alguns pontos de seu pensamento continuam fomentando várias discussões até os dias de hoje. Em seu livro “Ética a Nicômaco”, que ainda é o maior tratado de ética no ocidente, Aristóteles aborda diversas questões relativas à vivência ética.
Para o filósofo estagirita a virtude consiste na justa medida de equilíbrio, ou seja, a virtude ética reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta. Em um mundo cheio de ofertas e procuras é essencial manter uma postura equilibrada. Não se trata de se manifestar como indiferente a realidade corriqueira, pelo contrário é estar vivamente presente e atuante, porém com uma boa dose de equilíbrio e senso de responsabilidade. Vivemos tempos em que não nos importamos mais com os meios, com os métodos que teremos de fazer para alcançarmos os nossos objetivos finais tão almejados. Tudo se volta para a nossa "felicidade", nem que tenhamos que magoar muitas pessoas, mas se é para produzir felicidade em minha vida, está tudo bem. A prudência é, portanto, um saber viver. Onde o homem dotado da mesma assume um autocontrole sobre seus desejos e aspirações. A prudência separa de fato o homem consciente (virtuoso) do alienado que se embriaga nos deleites de projeções futuras, sem qualquer resquício de possibilidade de se concretizar a sua aspiração.
Partindo da Ética chegamos ao pensamento político de Aristóteles, para tal filósofo, o homem é um animal político por natureza. Assim sendo, o homem não deve ignorar a coletividade privilegiando interesses particulares. Aristóteles observa que o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros, sendo, por isso, um ser carente e imperfeito, buscando a comunidade para alcançar a completude. E a partir disso, ele deduz que o homem é naturalmente político. Além disso, para Aristóteles, quem vive fora da comunidade organizada (cidade ou Pólis) ou é um ser degradado ou um ser sobre-humano (divino).
Aristóteles acredita que "Aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra e pode ser comparado a uma peça fora do jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. Como dizemos frequentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter linguagem. (...) Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui a família e o Estado".

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