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3º Ano – Texto Revisional para a Prova global - 3º Bimestre
Para quê
estudar Filosofia Política?
De início, podemos dizer que é
importante, no contexto atual, refletir sobre os valores, as regras sociais e
políticas, os direitos, as liberdades e muitos outros conceitos que encontramos
em nossa sociedade e no mundo em geral. A reflexão filosófica acerca da
‘política’ contribui para nossa educação enquanto cidadãos e nos fornece uma
base para o exercício da cidadania. É preciso dizer que em Filosofia Política
não se posicionar é nada fazer; ora, nada fazer é compactuar com o que está
estabelecido – seja lá o que for. O Brasil necessita, urgentemente, politizar o
jovem para a cidadania. Nossos jovens pouco se interessam por tal assunto.
Ao iniciar nossos estudos a cerca
do tema, vale lembrar que um dos objetivos principais que regiam o pensamento
de vários filósofos, teóricos e pensadores desde a antiguidade, sempre foi
o de encontrar uma forma, um modelo de estado onde o poder não se centralizasse
somente nas mãos de uma pessoa ou de um pequeno grupo e/ou instituição. Por
exemplo, a concepção de Três Poderes que temos hoje é gerada a partir do século
XVII, após um árduo trabalho de análise social de pensadores ainda
anteriores a este século e que com o iluminista Montesquieu, em 1748, vem
a ser elaborada de maneira mais clara e definitiva. Todo estado tido como
democrático ou não absolutista tem em sua estruturação a identificação dos
poderes Executivo (prefeitos, governadores, presidentes...), Legislativo
(vereadores, deputados estaduais e federais...) e Judiciário (juízes,
desembargadores, promotores...).
Lembremos alguns pontos
importantes sobre os filósofos trabalhados neste bimestre:
- Thomas
Hobbes
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- No estado de natureza, os
indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos
contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo
e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta.
- Poder ou a soberania pertencem
de modo absoluto ao Estado, que, por meio das instituições públicas, tem o
poder para promulgar e aplicar as leis, definir e garantir a propriedade
privada e exigir obediência incondicional dos governados, desde que respeite
dois direitos naturais intransferíveis: o direito à vida e à paz, pois foi por
eles que o soberano foi criado. O soberano detém a espada e a lei; os
governados, a vida e a propriedade dos bens.
- O Estado é a unidade formada
por uma multidão de indivíduos que
concordaram em transferir seu direito de governarem a si mesmos à pessoa
ou à assembleia de pessoas que os represente e que possa assegurar a paz e o
bem comum.
- Na obra Leviatã, para
caracterizar o Estado, Thomas Hobbes utiliza a figura bíblica do Leviatã, um
monstro cruel e invencível, que simboliza para Hobbes o poder do estado
absoluto.
- Vale ressaltar que o Estado dispõe
de poder absoluto. É legítimo o uso da força pelo soberano para constranger os
súditos.
- John
Locke
John Locke (1632-1704) escreve
que: “Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é
senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém
sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu
império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é
óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a
utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de
terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele
e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da
propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas
circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está
cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa
vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem
unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo
de propriedade.” Tal texto justifica a origem do governo que tem como objetivo a
proteção à vida, aos bens e aos direitos e justifica as ideias do liberalismo,
proposto por Locke.
-
Jean Jacques Rousseau
O filósofo Jean-Jacques Rousseau
foi uma figura paradoxal e contraditória. Apesar de abandonar todos os filhos
em um orfanato foi um dos maiores teóricos da educação. As suas ideias
“pedagógicas” encontram-se ligadas aos seus ideais políticos: “uma criança que
cresce numa sociedade civilizada é ensinada a refrear os seus instintos
naturais, a reprimir os seus verdadeiros sentimentos, a impor as categorias
artificiais do pensamento conceitual sobre os seus sentimentos e a fingir que
pensa e sente coisas que não sente nem pensa. Por conseguinte, a civilização é
corruptora e castradora dos valores verdadeiros”. Assim, o que devemos fazer é
“mudar a civilização de forma a possibilitar aos nossos instintos naturais uma
expressão completa e livre”. Rousseau defendia mudanças fundamentais na
educação para libertar o indivíduo das grilhetas da civilização. Suas ideias
trouxeram grandes contribuições para a questão da educação, tais como:
- Foi contra o elitismo na
educação, segundo ele, educação é um direito de todos.
- Para ele a educação da criança
deveria ser lúdica, interativa e progressiva.
- Foi o primeiro a entender a
infância como forma particular de ser humano, e contra a ideia de ver a criança
como um “miniadulto”.
- Foi a contra a rigidez,
hierarquização e memorização na educação. Práticas muito comuns principalmente
no método educacional dos Jesuítas, que ele tanto repudiava.
No âmbito da política, Rousseau,
contrariando Hobbes e outros filósofos, defendeu a ideia de que a condição do
homem em seu estado natural é de bondade, espontaneidade e liberdade. Pois, o
homem nasce bom e a sociedade o corrompe.
Analisando
os conceitos trabalhados
Aletheia: para os antigos
gregos, designava verdade e realidade,
simultaneamente.
Deísmo: é uma postura filosófica que
admite a existência de um Deus criador, mas não nega a realidade de um mundo
completamente regido pelas leis naturais e científicas.
Ethos: essa palavra tem origem grega e significa
valores, hábitos e harmonia. É o "conjunto de hábitos e ações que visam o
bem comum de determinada comunidade". Ainda mais especificamente, tal palavra
significava para os gregos antigos a morada do homem, isto é, a natureza.
Kratos: significava,
e ainda significa no grego moderno, força – poder – domínio – vigor – vitória –
solidez.
Logos: no grego, significava inicialmente a palavra
escrita ou falada - o Verbo. Mas a partir de filósofos gregos
como Heráclito passou a ter um significado mais amplo. Passa a ser um
conceito filosófico traduzido como razão.
Panteísmo: é a crença de
que o Universo ou
a natureza e Deus são idênticos.
Sendo assim, os adeptos dessa posição não acreditam num deus pessoal,
antropomórfico ou criador.
Embora existam divergências dentro dessa corrente, as ideias centrais dizem que
deus é encontrado em todo o Cosmos como uma unidade abrangente. Tal crença tende
a divinizar os
elementos da natureza, referindo-se à própria natureza por deus.
Phatos: é uma
palavra grega que significa paixão, excesso, catástrofe, passagem, passividade,
sofrimento e assujeitamento.
Religião: é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de
mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com
a espiritualidade e seu próprios valores morais.
Seita: de forma geral é um conceito complexo
utilizado para designar, em princípio, simplesmente qualquer doutrina,
ideologia, sistema filosófico ou político que divirja da correspondente
doutrina ou sistema dominante nacional. E que dessa forma provoque ruptura no
nacionalismo existente. Bem como também para designar o próprio conjunto de
pessoas (o grupo organizado ou movimento aderente a tal doutrina, ideologia,
etc...) que se choca diretamente, à comunidade que se insere e/ou sistema que
incorpore tudo isso, os quais, conquanto divergentes da opinião geral,
apresentam significância social.
Teísmo: é uma crença na
existência de deuses, seja um ou mais de um, no caso de mais de um, pode
existir um supremo. Não é religião, pois não se trata de um sistema de
costumes, rituais e não possui sacerdotes ou uma instituição. É apenas o nome
para classificar a opinião segundo a qual existe ou existem deuses.
Sobre o professor: Uanderson Menezes
Professor de Filosofia na Escola Estadual João XXIII em Ipatinga. Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste MG; Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unleste MG; Especializando em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; Bacharelando em Direito pela Faculdade de Direito de Ipatinga - Fadipa
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