2º Ano – Texto Revisional para a Prova global - 3º Bimestre
Axilogia
Na atualidade é de extrema
importância se rediscutir a questão dos valores e quais os espaços que eles
devem ocupar em nossa sociedade, pois, há uma pluralidade de valores e não
apenas um que se deve ser levado em conta. Hoje, os valores materiais, muitas
vezes, se sobrepõem aos demais tipos de valores. Enfim, podemos dizer que
estamos Vivendo uma crise de ética/moral.
Atualmente virou moda falar sobre
ética. Fala-se sobre ética na política, ética no esporte, ética nas profissões
e ética nas relações sociais, etc. Fala-se tanto, a ponto de banalizarem seus
conceitos. Será que as pessoas realmente sabem o significado desse conceito tão
essencial e tão complexo? Por isso vale a pena procurar entendê-lo. Sobre tal
conceito podemos dizer que:
- Ética são valores e princípios
morais de uma sociedade e seus grupos. Cada sociedade e cada grupo possuem seus
próprios códigos de ética.
- A palavra vem do grego ETHOS,
tal palavra significava morada, costumes, hábitos, e tudo aquilo que, direta ou
indiretamente, estão ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de
vida.
- São conjunto de valores que
orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em
que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social.
- São valores que definem o que:
quero, posso e devo. Porque nem tudo que eu quero eu posso, nem tudo que eu
posso eu devo e nem tudo que eu devo eu quero!
Na ética contemporânea, o sujeito
não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um
sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em
que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento
político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora
da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente,
com a política, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam
as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si. Assim sendo, fica
evidente o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
A ética precisa ser compreendida
como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido,
porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada
grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições
para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e
política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É
necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores
sociais para organizar também uma nova prática política. O século XX teve de
repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises
sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e
a partir do texto, a ética pode ser compreendida como instrumento de garantia
da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo
com valores coletivos.
Aristóteles é o criador da
disciplina filosófica da Ética. Diferente de seu mestre Platão que muito se
preocupou com o conhecimento inteligível, Aristóteles procurou entender o mundo
sensível, o mundo em que vivemos. Em sua Ética ele preocupa-se, acima de tudo,
com o bem humano. Esse bem, segundo ele, é determinado por dois fatores: 1) Um
fator bastante constante, a natureza humana, que se constitui de uma série de
elementos corporais ligados a uma forma dinâmica por ele chamada de alma
(psyché, donde se origina o adjetivo psíquico). 2) Um segundo fator variável, o
conjunto de circunstâncias concretas, chamadas pelos gregos de ocasião. Para
Aristóteles, enquanto a política tem como finalidade o bem coletivo a ética tem
por finalidade o bem pessoal. A Ética é uma ciência muito pouco exata, uma vez
que se ocupa de assuntos passíveis de modificação. A ética se dá na relação com
o outro. Para determinar o bem que caracteriza a atividade própria dos humanos
Aristóteles analisa as distintas funções do composto humano. A primeira delas é
a vida. Mas a vida é comum aos homens, aos animais e as plantas. A segunda
função é sentir. Mas sentir é comum aos humanos e aos animais. A terceira
função é a razão. E esta é que distingue os seres humanos de todos os viventes
inferiores. Portanto, a razão é a principal característica do ser humano. E sua
principal atividade deve consistir em viver conforme a razão. A razão deve dirigir
e regular todos os atos humanos. E nisso consiste essencialmente a vida
virtuosa. E, para o filósofo, o fim último de uma vida virtuosa é ser feliz.
Portanto, a felicidade tem que ser o correto desempenho do que lhes é próprio:
o uso correto da razão.
Acerca dos princípios que
constituem a ética aristotélica podemos ressaltar muitos pontos importantes
como:
- a amizade perfeita é aquela em
que os homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente
bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. A amizade deve ter um
caráter duradouro porque existe uma relação de identidade no reconhecimento do
exercício de atividades que devem ser consideradas como socialmente boas.
- a felicidade é o bem supremo do
homem. Todo ser humano busca ser feliz.
- O homem só é feliz quando se
realiza naquilo para e pelo o qual ele foi feito.
- A amizade verdadeira somente
pode ser sentida em relação a poucas pessoas.
Conceitos
trabalhados no bimestre
Cidadania: é um conjunto de direitos e deveres que nos permite
participar das decisões da sociedade em que vivemos. Ela é construída no nosso
dia-a-dia, a partir da nossa capacidade de participação social e colaboração
para o bem comum.
Constituição: também chamada de lei fundamental,
lei suprema, lei das leis, lei maior ou magna carta; é um conjunto de normas de governo, define a política
fundamental, princípios políticos, e estabelece a estrutura, procedimentos, poderes e direitos, de um governo. Ao limitar o
alcance do próprio governo, ela garante certos direitos para as pessoas.
Corrupção: É o crime de desviar recurso público, que é praticado
por pessoas mal intencionadas. Essas pessoas se aproveitam da chance que têm de
utilizar o dinheiro público para gastar com coisas para si, para seus amigos ou
seus parentes, em vez de utilizar para o bem comum.
Democracia: É uma forma de governar na qual a população tem o poder
de participar das decisões, elegendo seus representante, participando dos
conselhos sociais, caracterizando um governo do povo.
Lei: são regras criadas pelo Poder Legislativo (representantes do
povo), que permitem, proíbem ou obrigam uma determinada conduta, a qual toda
sociedade deve obedecer.
Partido Político: é um grupo organizado de acordo com a lei, com pessoas que
compartilham um mesmo ideal político. Esse grupo tem o objetivo de atuar na
vida política de um país, representando interesses de grupos sociais e
disputando os votos para os cargos públicos.
Poder Executivo: a esse poder teria como função observar as demandas da
esfera pública e garantir os meios cabíveis para que as necessidades da
coletividade sejam atendidas no interior daquilo que é determinado pela lei.
Dessa forma, mesmo tendo várias atribuições administrativas em seu bojo, os
membros de tal poder não podem extrapolar o limite das leis criadas.
Poder Judiciário: a esse poder tem por função julgar, com base nos princípios
legais, de que forma uma questão ou problema sejam resolvidos. Na figura dos
juízes, promotores e advogados, tal poder garante que as questões concretas do
cotidiano sejam resolvidas à luz da lei. Cabe, também, a esse poder definir os
limites entre o lícito e o ilícito.
Poder Legislativo: a esse poder cabe a função de congregar os representantes
políticos que estabelecem a criação de novas leis. Dessa forma, aos serem
eleitos pelos cidadãos, os membros desse poder se tornam porta-vozes dos
anseios e interesses da população como um todo. Além de tal tarefa, eles contam
com dispositivos através dos quais poderiam fiscalizar o cumprimento das leis.
Sobre o professor: Uanderson Menezes
Professor de Filosofia na Escola Estadual João XXIII em Ipatinga. Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unileste MG; Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - Unleste MG; Especializando em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; Bacharelando em Direito pela Faculdade de Direito de Ipatinga - Fadipa
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